sábado, 12 de novembro de 2011

PF prende médico suspeito de cobrar consultas pelo SUS. E os outros ???????????

O médico ortopedista Hugo Manhães Arêas enquanto aguardava para prestar depoimento na Delegacia de Polícia Federal (DPF)
O médico ortopedista Hugo Manhães Arêas, de 45 anos, foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Federal (DPF) de Campos na tarde de ontem sob suspeita de cobrar consultas a uma paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). O mesmo médico já foi preso em flagrante em 2009 pela Polícia Militar (PM) após efetuar 12 tiros contra o playground do Edifício Caravaggio, na Rua Visconde do Itaboraí, no Centro de Campos, onde acontecia uma festa de aniversário. À época, uma pessoa foi atingida com um tiro na coxa esquerda e a polícia apreendeu uma pistola calibre 380, da marca Brawning, com três munições.
Ontem, Hugo Arêas foi detido pelo Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) após atender a paciente no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campos. Segundo o promotor da 2ª Tutela Coletiva do Ministério Público Estadual (MPE), Marcelo Lessa, a assistente social do MPE, em contato com a mãe da paciente de 10 anos, vítima de uma fratura em um dos braços, constatou que a mesma havia sido operada pelo SUS e que, para ser consultada, foi exigido o pagamento das consultas e do raio X.
Lessa explicou que a ida do GAP ao hospital não foi por acaso. De acordo com ele, o MPE, há 60 dias, havia recebido denúncias da dificuldade na saída de pacientes do Hospital Ferreira Machado (HFM) por conta da resistência da rede credenciada.

“Nós fomos até o HFM e encontramos quatro pacientes que necessitavam desta transferência e, após a nossa atuação, dois deles foram transferidos. Um veio a falecer por razões às quais não sabemos. E tem um quarto paciente que continua internado no HFM e precisa ser operado com urgência, pois o mesmo está com fratura calcificada no fêmur. E este paciente só está lá devido à recusa da rede credenciada”, comentou o promotor, informando que os responsáveis podem até responder pelo crime de lesão corporal grave, e se houver morte, homicídio.
Vítima aceitou pagar consultas e Raios X para evitar transtornos
O motorista Francisco Clara da Silva, 53, casado com a avó da menina de 10 anos, informou que pelas consultas a família teve que pagar R$ 120, mais R$ 40 pelo Raio X. “Resolvemos pagar porque moramos em Imburi, São Francisco de Itabapoana, e ter que voltar outro dia, ficaria complicado pra gente”, comentou.
O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos, Benedito Marques, afirmou terem ocorrido algumas reclamações quanto ao atendimento, mas que nunca houve caso de médico cobrando por consultas a pacientes do SUS. Até o fechamento desta edição, o médico, na companhia do advogado, ainda estava prestando depoimento na DPF. Ele poderá ser enquadrado no crime de corrupção.

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